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Historietas para Sobrevivientes começa com Metal Hurlant

Encontro de 6 de outubro de 2006 - Começamos a estudar um novo livro: Historietas para sobrevivientes: Comic y Cultura de Masas en los años '80, de Carlos A. Scolari, publicado pela Editora Colihue, Buenos Aires, 1999.

Conta o autor: "El comic siempre estuvo presente en mis recorridos, primero como lector, después como guionista y al final como teorizador. Este libro está basado una serie de artículos publicados en revista "Fierro" (BsAs), "Nova Express" (Bologna) y en el diario "La Capital" de Rosario. No hay demasiados libros sobre la historieta, y mucho menos sobre los gloriosos años '80."

Quem coordenou a discussão, apresentando o livro e até mesmo trechos do filme Heavy Metal, foi Gêisa Fernandes D´Oliveira (ao lado). O primeiro capítulo, que foi o discutido neste dia, chama-se "Les Humanoides y la segunda Revolución Francesa". Assim, tratamos das HQs na França.









Base de compreensão
Gêisa conta que o texto aborda a experiência francesa dos anos 70, que seria a base de compreensão para os quadrinhos que viriam a ser produzidos na América Latina, Europa e Estados Unidos.

O destaque vai para a revista Pilote (ao lado); que daria origem depois à Metal Hurlant (Heavy Metal), em 1975. Para Scolari, grupos como Les Humanoides são fruto direto do período de contestação de Maio de 1968.

Gêisa considera que o autor faz diversas declarações bastante fortes. Uma dessas envolve o "imperialismo gráfico" da Metal Hurlant. Esse seria um novo estilo que predominaria e influenciaria a nova geração de HQs. Um estilo que abriu as portas para desenhistas "pouco convencionais".

E essa influência se fez notar em diversos setores, como o cinema: filmes Alien, Blade Runner, Duna, entre outros.

Um destaque especial vai para o autor Moebius, que vinha com a idéia de desestruturação da narrativa típica. Para ele, a narrativa deveria ter a "forma de elefante" ou "de fósforo aceso". Tipicamente, ela era exclusivamente produzida com desenhos, uma verdadeira polissemia de imagens. (Ainda a respeito de Moebius: ele foi o autor da adaptação para animação de Little Nemo in Slumbersland, uma das primeiras histórias em quadrinhos comerciais.)

Um marco é A Balada do Mar Salgado, primeiro tomo da série de aventuras do marinheiro Corto Maltese, personagem de Hugo Pratt. É tomada como uma obra realmente original.

Uma característica importante a mencionar das publicações francesas dessa época, da década de 80, é que eram revistas contenedor. Ou seja, com várias histórias, de vários autores diferentes. A Heavy Metal, especialmente, tinha uma palavra mais adequada: a bricolage, o efeito da mistura de vários elementos diferentes. E assim também foi também alguns trechos do filme mostrado por Gêisa.

Outro.phpecto é que as HQs estavam se definindo como "para adultos". Era para eles se sentirem em casa ao ler tais narrativas. De publicações mensais, passamos para álbuns, com destaque para o autor. É uma particularidade européia, e principalmente francesa.

Um problema é que a HQ começa a ficar "arte pura" demais, séria demais, e com isso perde muito. Até a HQ infantil, que seria o refúgio mais estável dos quadrinhos, começa a sair de circulação.

Saiba mais sobre a revista Heavy Metal no verbete específico da Wikipédia.

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O congresso anual de comunicação Intercom será na Baixada Paulista em 2007, portanto o pessoal de São Paulo poderá participar com mais facilidade.

Foi feita uma entrevista com o cartunista argentino Rodolfo Zalla, por Roberto Elísio, vice-coordenador do NPHQ. Foi gravada em fita cassete, e seu conteúdo será disponibilizado.

Lista de participantes
Esta é a lista dos presentes que registraram presença no dia:

Coordenador: Waldomiro Vergueiro
Coordenadora de discussão: Gêisa Fernandes D´Oliveira

Agda Dias Baeta
Alexandre Y. G. Arackawa
André Moura Oliveira
Andréa C. Rodrigues Peine Yara
Cleo Tibiriçá
Denis Basílio de Oliveira
Eloar Guazzelli
Elydio dos Santos Neto
Júlia Tibiriçá
Maurício Kanno
Nobuyoshi Chinen
Pedro Godoy
Roberto Elísio
Rodrigo Arco e Flexa
Tiago Souza


Relato por Maurício Kanno